Quem sabe o gaúchos, os homens do sul da serra ou missões Um dia, por certo, vão cantar para todos e falarem daqui Quem sabe a campanha, a fronteira do pampa, aqui do garrão Um dia, por certo, vai aguentar o tirão e vai pensar mais em si Quem sabe um dia as guitarras campeiras Entoem milongas, falando do campo Contando do sul para o pago inteiro E as nossas cordeonas acordem os vizinhos Que dormem, há tempo, com sons de clarim Dizendo a todos um buenas, parceiro! O sul um dia vai falar por nós Com toda a sua voz O sul vai falar por nós Com a sua própria voz Quem sabe o Rio Grande vai servir um mate cevado a capricho Pra adoçar a alma dos que se extraviaram por toda a nação E assim um campeiro alcance outro mate com jujos na água Recém camboneada do Rio Araguaia, pra palma da mão Quem sabe o Rio Grande ensine a todos A força de um povo que canta sua terra Que luta e trabalha e a conhece de cór Quem sabe o gaúcho vai mostrar sua cara E, por brasileiro, tapeando o sombreiro Lhe olhem de perto e lhe vejam melhor O sul um dia vai falar por nós Com toda a sua voz Quem sabe um dia os Cavalos Crioulos aqui da fronteira Esbarrem no norte, erguendo poeira, com freios de ouro E os sangues dos Pampas, dos Dévons e Ângus Corram pelas vêias do Brasil central, parindo divisas, além de outros touros O sul vai falar por nós Com a sua própria voz O sul um dia vai falar por nós Com toda a sua voz