Lá vai o carro, com seu carreiro Deixando rastro neste solo brasileiro meu Cante uma música, velho cocão Para que todos lembrem sua tradição Minha boiada, deixe seu rastro Puxando forte o velho carro com seu casco, sim Não é preciso usar ferrão porque ferir seu coração Ouço seus passos no compasso do cocão Vai meu carro velho, vai Você e eu somos mesmo quase iguais Porque tudo mudou, eu sei Choro a saudade do que foi e não volta mais Serras e vales, meu carro vai Atravessando entre campos e revoada de pardais Meu carro cante pra mim uma canção Que seu carreiro tem no peito um coração que dói A noite vai, o dia vem De longe escuta o rangido de cocão no além Cantarolando o carreiro se agita Suspendendo o braço grita, viva o nosso sertão Vai meu carro velho, vai Você e eu somos mesmo quase iguais Porque tudo mudou, eu sei Choro a saudade do que foi e não volta mais Vai meu carro velho, vai Você e eu somos mesmo quase iguais Porque tudo mudou, eu sei Choro a saudade do que foi e não volta mais Choro a saudade do que foi e não volta mais Choro a saudade do que foi e não volta mais